segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Na escola com Duartão [série Duartão]

Ou fora dela... acho que seria mais apropriado. *cara de reflexão*

Antes de mais nada gostaria de avisar que este é o post que queria ter postado em maio na vibe do MALDITO estágio obrigatório, no qual eu assisto (sim, no presente, porque falta a segunda parte dessa porra pra fazer ¬¬) uma professora a beira de um ataque de nervos tentando dar aula pra um bando de pré-adolescentes retardados que se acham muito maduros e não estão nem aí pra porra nenhuma e a única coisa que fazem bem neste mundo é tornar a sala de aula num inferno ruidoso e caótico.

Bom, papis não era muito chegado a estudar. Trocava de escola quase tanto quanto trocava de roupa, passando por todos os tipos de colégio que você pode imaginar e, sempre que alguém bobiava, ele aprontava algo!

Uma das coisas que ele mais gostava de aprontar, ou de fazer, era sumir de lá. Sim, meu pai fugia da escola quase sempre que tinha possibilidade. Duartão gostava de lugares abertos, da rua, de roubar fruta do pomar alheio, de brincar, montar burro bravo e aprontar molecagens por aí. Assim, a escola era certamente um lugar muito chato pra ele e como quase não tinham atrativos para que permanecesse lá, acabou ficando até que bom nas fugas.

A técnica era até simples: quando a professora virava pra escrever uma coisa mais comprida na lousa, ele pegava as coisas - que logicamente já estavam meio arrumadas no jeito de escapar - e pulava a janela! Aí era só pular o muro baixo e correr pra casa do Bivô*.

*A saber: Bivô = seu Amador, pai do meu avô, logo avô do meu pai. E todo mundo se refere a ele por Bivô. As raras vezes que não o fazem usam Vô Amador.

Enfim, já aconteceu do pequeno Duartão fugir para a casa do Bivô com o diretor na cola dele. Ligeiro que só, conseguiu chegar e se esconder.

Mas o diretor não ia desistir. Bufando, bateu na porta e o Bivô atendeu:

Bivô: Pois não?
Diretor: Seu Amador, seu neto fugiu da escola e eu o vi correndo para cá. Esse menino só dá problema, é muito indisciplinado!
Bivô: Ah, o senhor viu meu neto correndo para cá? Pois o senhor viu errado! Meu neto não está aqui.
Diretor: Mas eu o vi entrando aqui...
Bivô: E eu digo que ele não entrou. O senhor não tem competência de cuidar da sua escola e vem dizer que o problema é o meu neto!
Diretor: Ora, olhe aqui, seu Amador...
Bivô: Olhe aqui o senhor, meu neto pode ser um menino levado, mas é uma criança muito boa! Se o senhor cuidasse melhor da sua escola ele não fugiria! Agora ponha-se pra fora daqui e vá cuidar das crianças que ainda não escaparam da escola. Passar bem!
*bate a porta*
*anda um pouco para dentro da casa*
Bivô: Nehemias, pode sair de baixo da cama.
Duartão: Brigado, vô!!! =D

Eu sei, esse tipo de comportamento não é legal de ser reforçado. Mas acho que o Bivô mimava meu pai e também não devia considerar a escola como algo assim muito fundamental na vida de alguém. Fora que provavelmente ele não ia com a cara do tal diretor.

Enfim, o pequeno Duartão era um moleque levado e pode não ter tido um comportamento muito louvável na escola (o que pode ser constatado pelas suas cadernetas), mas pelo menos não ficava causando na sala de aula como os capetinhas do estágio. Nas cadernetas o máximo que aparece de problema em sala são anotações relativas a agitação e/ou conversa... ou uma mentirinha de vez em quando, tentativas de fumar nas dependências da escola...

Tá, deixa pra lá. O Duartão era da pá-virada, mesmo. Mas essa que era a graça dele. ;]

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