quarta-feira, 21 de julho de 2010

A Lôca

Ou sobre a minha emancipação. Eu pretendia escrever este post pouco depois das minhas aventuras na noite paulistana, mas como isso aconteceu há 3 meses, está atrasado pra cacete. Porém, como dizem por aí: "antes tarde do que mais tarde" e o importante é manter o registro! Afinal, foi nessa ocasião que eu debutei em balada e mamis começou a entender melhor que nós duas não somos irmãs siamesas, que temos opiniões diferentes, que isso não faz de mim uma monstra e nem significa o fim do mundo. Bom, ela ainda está em processo de entender isso, mas aí já é outra história.

Ah sim, eu já fiz um registro preliminar sobre essa noite, mas como o post tinha um outro objetivo, agora vou falar mais livremente sobre alguns detalhes da ocasião.

Para encher linguiça contextualizar os meus incontáveis leitores de outros estados, saibam que A Lôca é uma balada GLS aqui de São Paulo e fica na Rua Frei Caneca, que por sua vez é uma das maiores concentrações de gays aqui da cidade, além de ser bem perto da minha casa, também.

Do começo: um belo dia a Japa virou pra mim e disse "tenho curiosidade de conhecer A Lôca. Vamos marcar de ir?" e eu respondi que sim e que conhecia a pessoa certa pra nos levar lá, ou seja, o sr. Diego Blanco, também conhecido como Insônio.

Combina, combina, combina e finalmente rola a balada. Acabou que marcamos dia 1º de abril, véspera da Sexta-feira Santa. E eu ansiosa twittei sobre e coloquei como frase de status no meu MSN. O melhor foram as reações dos meus amigos quanto a minha programação naquela noite, todas na linha desse tweet que eu linkei. "VOCÊ vai na Lôca?", "Er... vou. Oo" e contava todo o preâmbulo da Japa etc, etc.

Logicamente, minha mãe ficou puta. Falou várias merdas mas eu, como dizia a profa. Denise, 'nem te ligo, farinha de trigo' e descobri o poder das respostas monossilábicas. Sim, não, é, e por aí vai. Pobre Japinha, veio se arrumar aqui em casa e ficou bem no olho do furacão. Um mês antes minha mãe dizia que ela era, entre todos os meus amigos, a única em quem confiava. Depois da Lôca, mamis não confiava em mais ninguém. Mas hoje sinto que ela está voltando a confiar na Japa e até indo mais com a cara dos meus amigos.

"Moça direita não sai de casa depois as 22:00" entre outras pérolas, principalmente na hora que a gente tava saindo, pois foi quando ela tentou causar, mas não funcionou. E meus avós, tadinhos, ficaram morrendo de vergonha. Mas estávamos preparadas psicologicamente pra isso.

Aliás, vale pontuar que meus avós, com mais de 80 anos já, não encanaram nem uma migalha do que minha mãe encanou. Ela encheu o saco até por a gente não pegar ônibus pra ir ¬¬. Pqp, o que eu posso fazer se não passa ônibus NENHUM na Frei Caneca? Ligar pra prefeitura e pedir pra implantarem uma linha excrusiva da Consolação até lá?

Depois de me libertar quase totalmente de anos de medo da minha mãe, lá fomos nós encontrar o Diego e a Aninha no bar que tem na esquina da Lôca e lugar do 'esquenta'. E só pra constar: o pessoal que estava por lá era muito educado. Tinha me desacostumado a ouvir "me desculpe, te empurrei sem querer" ou "foi mal, pisei no seu pé" entre outras coisas. Sim, também levei muita cotovelada e ninguém pediu desculpas. Mas de qualquer jeito, isso me impressionou positivamente.

Esqueci de dizer, mas esse foi o dia que eu ouvi mais vezes 'estou orgulhoso(a) de você!' na minha vida! Acho que nem quando eu passei na USP ouvi isso tantas vezes! VÁÁÁÁÁÁÁRIOS amigos me falaram isso porque eu finalmente tava me libertando da minha mãe. O Diego ligou pra Fortaleza só pra Lígia me dizer isso também ¬¬.

Acho que lá pelas 23:30 entramos. Na recepção tinha um Coelhinha da Playboy (não, eu não errei concordância nenhuma, era isso mesmo) e lá dentro tinha muita, mas MUITA gente. Caralho, tava muito lotado! O Diego já tinha ido lá umas vezes e disse que nunca tinha visto o lugar tão cheio. Claro que eu ADOREI saber disso ¬¬. Lá dentro não tinha escolha: andar era uma aventura, praticamente um abrir caminho constantemente. Quase tive um colapso nesse hora e notei que realmente me desacostumei a grandes aglomerados humanos e que sou um ótimo porta-trecos. Fiquei com quase todas as comandas do grupo, uma carteira além da minha e a camisa que o Diego hora ou outra tirava e ficava só com a regata. Não estou reclamando, Di. Não se avexe em deixar suas coisas comigo. É mesmo melhor que alguém sóbrio cuide dos bens do grupo =P.

Outra hora na qual eu quase tive um colapso foi quando fomos beber algo. R$ 6,00 uma latinha de refrigerante. SEIS!!! Por UMA latinha!!! Ok, eu já imaginava que essas coisas na balada eram caras, mas se foder, viu? Porra, mano, não precisam ser tão caras assim!! Eu já ia pagar R$ 25,00 só de ter entrado lá! [E vai dar tchau de mão fechada na putaquepariu, ok? ¬¬]

Teve uma hora no mínimo curiosa. Estavam (acho) Diego e Aninha conversando com um cara lá, neto de uma cigana, meio bêbado e que falava coisas muito acertadas sobre pessoas que ele nunca vira na vida. Isso foi meio assustador Oo. Pena que a gente se perdeu dele naquele mar de gente.

Então, aquilo era uma balada, né? A ideia de uma balada é que as pessoas dancem, certo? Então, eu não danço. Não curto e pronto. Eu danço do pescoço pra cima e só. Sim, era um peixe fora d'água lá. O que fodeu foi a perspicácia do Diego, mesmo bêbado. Ele queria que eu fosse na pista (também conhecido por lugar com a maior concentração de pessoas do recinto) pra dançar com ele. E eu, besta, respondi "Diego, vou até o inferno por você, mas não vou dançar." e ele puxou a Aninha e a Japa pra lá. Fiquei de boa quieta num canto. Eles voltaram e passado um tempo, o Diego voltou a me puxar pra pista falando "você diz que vai até o inferno por mim. Aquela pista é o inferno pra você. Então você vem!" ¬¬. Muito perspicaz da parte dele, não? Moleque maldito, ainda te levo pra um show do Matanza só pra me vingar!

Ah sim, pro Diego estava divertidíssimo. Como bem disse a Amanda, "ele fez a limpa". Com sua técnica muito prática de xavecos, pegou uns caras até quando a gente estava tentando andar lá dentro. E nossa, mas que ódio eu sentia nessa hora. Queria dar uns murros nele quando fez isso. ODEIO que parem no meio do caminho! ODEIO!

Enfim, quando estávamos os quatro nos embrenhando no meio das pessoas lá na pista de dança, eis que ouço A Pequena Sereia quando passamos por dois rapazes. O Diego é meio doente por Pequena Sereia, Ariel, Eric etc. Então falei pra ele, que largou quem estava pegando e foi lá ver quem tava falando de filme infantil no meio da balada. Moral da história: sim, ele pegou mais um. Esse foi graças a mim =P. Apelidamos ele de Eric, mas acho que chamava Marcelo. Ele passou o MSN pro Diego, mas não deu em nada.

Eric, príncipe de A Pequena Sereia. Não, o cara que apelidamos de Eric na Lôca não era tão bonito.

Falando em Eric, havia outro cover de Eric lá. Um cara IGUAL ao Eric Northman do True Blood (ou porno-chanchada de vampiros, se preferir). Aquele era o Eric que o Di deveria ter pego! *_* Mas o cara bonitão sumiu antes que isso fosse possível. Uma pena =/.

Sim, o cara era idêntico. E isto aqui é um vampiro genuíno. Eu não peguei esta imagem a toa =P.

Também foi engraçado ver o Diego surtando quando tocavam certas músicas. Spice Girls, Bad Romance da Lady GaGa entre outras. Mas o menino quase pirou quando tocou Not Myself Tonight da Christina Aguilera. Foi o momento mais se joga dele.

Diego quando começou Not Myself Tonight.

Mas o que deixava meio chato era a super-lotação, a overdose de música eletrônica e a MALDITA luz que piscava ensandecidamente! Caralho, eu tava quase tendo um ataque epilético por causa daquela porcaria!! Isso, fora a puta fila que pegamos pra sair =/.

Ah, eu fiquei meio entediada também. E com sono. Naquele dia concluí que minha boemia é digital. Posso virar a noite no PC com relativa facilidade. Na balada, lá pelas 3:00, eu já tava bocejando jogada num sofazinho.

Depois dessa aventura toda eu cheguei em casa umas 5:30 e minha mãe nem falou comigo. Levantou, trocou de roupa e foi pra casa da minha tia. Eu também fui almoçar lá nesse dia, e foi curioso como ninguém esperava que eu aparecesse. Isso ajudou a deixar minha mãe bem menos de cara virada pra mim. Mas com o tempo ela acostuma... eu acho.

Bom, nós quatro e mais algumas pessoas havíamos marcado de ir novamente este final de semana, mas eu pulei fora. Sabe, eu não desgostei, mas também não foi uma das melhores experiências da minha vida, aquela coisa "nossa, se pudesse iria todo dia". Não nego que me diverti. Porém, de sexta o cardápio lá é música eletrônica, e aí não rola pra mim. Mas certamente haverão outras oportunidades. E relaxem, se virarem post, serão bem mais curtos do que este =P.



E ontem, 20 de julho, foi Dia do Amigo. Enquanto não tenho tempo de fazer uma postagem relativa a isso, dedico este post aos meus queridos amigos (próximos ou distantes, da internet ou do meu cotidiano), que são pessoas especiais pra mim e com as quais eu aprendo muito! Um enorme abraço a todos! =D

3 comentários:

Diego Blanco disse...

vamos no sábado, então?

por mim não tem problema, não é música eletrônica! E A Loca sem você perde a graça!

E, Ana?

EU TE AMO! Vou pro inferno por você, e o inferno não é o show do Matanza!

Freelancer Sukeban disse...

ahuehuahuehauh

Ri muito com esse post xD

Queria ter estado nesse dia pra ver isso de perto LOL A Loca é um lugar legal. Meu problema é com a grande quantidade de pessoas, e com a discotecagem que num bate muito com o que gosto. Nun toca industrial, nem darkwave D:

Mas um feliz dia do amigo mega atrasado!

Te amo, praga!

Ana Duarte disse...

Di, assim você acaba com a imagem do lugar. Se eu, de braços cruzados parecendo uma bolinha de fliperama sendo jogada de um lado pro outro na pista, que dou graça pra balada, então os donos tem um problema! :P

Mas, mudar a discotecagem pode ajudar, mesmo... Tipo um Megadeth... \m/

=*